
Estou no parque. Sozinha. As folhas das árvores farfalham, a grama se enrosca nas minhas pernas e o vento brinca com os meus cabelos. Eu ainda estou sozinha.
Eu viajo. Não sei ao certo o que procuro, talvez, por lembranças. Lembranças essas que não tenho certeza se me pertencem.
Eu me enganei, ou fui enganada. Em algum momento acreditei nas palavras doces e nos olhares demorados, pensei que a fantasia era real... Queria que fosse.
Estou deitada no parque. As borboletas me rodeiam, as formigas passam sobre meus pés, mas continuo só. A natureza observa minha dor.Quisera ela ter braços e um colo, para amenizar minha agonia.
Por muito tempo, ali nos encontrávamos. Ali, eu era amor, vida, razão. Tiraram-me Dali.
Estou molhada, de chuva. As nuvens se confrontam, o tempo fecha e o vento se liberta. Estou sozinha, no parque, deitada e molhada. Derretendo e sendo levada junto com o barro para lugar algum.
Estou sofrendo, estou chovendo, estou morrendo.
Obs: As estórias narradas são ficcionais, sem ter ligação direta com a autora.