quarta-feira, 16 de novembro de 2011



As vezes,tenho medo de esquecer como sonhar, esquecer como é ter teus lábios nos meus, ou mesmo, esquecer como é tê-lo por perto. Parece errado lutar e querer ficar contigo, quando já deixastes bem claro que não passo de um ‘estepe’, que não sou sua prioridade.

Dessa maneira, não me deixas partir. Como posso ir embora , se a qualquer momento podes brigar com a ‘outra’ e vir para os meus braços em busca de consolo? Como posso desistir, se me deixaste com o coração cheio de esperança?

Acho que eu te amo.

Não, não entendestes.

Acho que eu te amo!

Não sedes homem suficiente para me libertar, por medo de seu romance não dar certo e ficares sozinho. Inseguro. Covarde. Mentiroso. Egoista.

É por isso que acho que o amo. Por conhecer todos os seus defeitos e mesmo assim não conseguir deixá-lo, não conseguir substituir as poucas lembranças boas, pelas, muitas, dolorosas.

Não sei o que vi em ti. Nem se quer recordo-me da mentira que proferistes que me fez esquecer do meu amor próprio.

Eu estou sofrendo, em silêncio, mas isso não diminui a dor.

Sabe aquelas pessoas que compram passagens só de ida pra um lugar distante? Pois bem, eu sou como elas. Silenciosas, com ferimentos profundos e que rezam desesperadamente pra que alguém as impeça de sumirem de suas vidas.

Neste momento, eu estou rezando. Não por muito tempo. Então, ajes. Sabes o que acontece quando as preces terminam? As pessoas vão, e não voltam, não as mesmas.

Não direi que decisão deves tomar ou qual é a melhor solução. Só quero que lembres que a mulher que voltar, depois que eu partir, não te amarás. Não mais!

terça-feira, 1 de novembro de 2011


Um beijo

Ele estava se aproximando. Os cabelos estavam bagunçados, as mãos suadas... Os olhos fitavam os meus, inebriados, a boca mal se mexia, mal pronunciava algum som. Suas mãos brincavam com os meus cabelos. Ele estava cada vez mais perto.

Pousei minha cabeça em seus ombros, tão fortes e tão acolhedores que não passava em minha mente sair dali. Começou a falar, a conversar a perguntar e eu nada disse. Estava entretida demais com seu perfume.

–Marcela – Meu coração acelerou, quando sua voz mencionou meu nome.

Continuou sem pronunciar uma palavra, apenas fui “desaninhando” de seu ombro e virei de modo a encará-lo. Ele sorriu. Aquele sorriso torto de vergonha, aquele sorriso branco, aquele sorriso meu. Ele me abraçou. Meu Deus, como queria ter parado o tempo naquele momento e eternizado aquele abraço. Mal sabia eu que seria o último.

Ficamos mudos. Depois de alguns segundos, vai me soltando aos poucos. Suas mãos, agora, vão para minha nuca. Seus lábios tocam os meus.

Lento, tudo muito lento, como se estivesse saboreando. Ele para. Quando recobro os sentidos vejo que ele estar a me observar. Acaricia com cuidado minha pele, meu rosto. Encosta-me em seu peito, livra os cabelos da minha face, pois estes o impedem de analisar meu olhar. Ironicamente, eu sinto paz e uma estranha segurança.

Abraça-me novamente. Mais forte, por mais tempo.

Vai embora. Não olha pra trás. Então, eu tenho a certeza de que ele não vai voltar.