quarta-feira, 21 de julho de 2010


Amo não, odeio!

Claro...tudo estava muito claro. Os raios de sol 'brincavam' de ir e vir pelas frestas da janela, eles iluminavam parcialmente o seu rosto sombrio e taciturno. Já não era mais o mesmo. Aquele que provocava sorrisos, agora, estava mendigando os dos outros! Triste, mas não era problema meu.
Entrei com indiferença na sala do almoxarifado, procurando não encontrar seus olhos, tão negros e tão cheios de si e que me atraiam fortemente. Apesar de não ter visto, pude senti-los me observando. Percorri toda a sala sem trocar uma palavra, sem permitir um pensamento se quer de fantasia, um pensamento se quer de lembrança!
-Carol!- Sua voz rouca e grava saiu rápida e abafada, como se ele estivesse vindo de uma batalha consigo mesmo.
-Sim, o que desejas?- minha voz saiu educadamente, assim como deveria ser, quando se fala com seu chefe. Mas meus olhos...estavam cheios de mágoa e rancor, não consegui encará-lo.
-Feche a porta ao sair.- Foi o que ele disse.
Que bobagem, é claro que eu iria fechar a porta. Ele fez isso só para me provocar, mostrar que é superior! Cretino! Como eu o odeio! Ninguém faz o que ele fez, ou pelo menos ninguém deveria fazer. Usada, eu fui!
Sai do escritório mais cedo. Estava sem cabeça para trabalhar, sem cabeça para ver as pessoas. Pensei que iria me sentir melhor em casa, só que me enganei.Meu apartamento parece diferente, tem um cheiro diferente... e essa fragrância me lembra alguém...ele!
-Eu te odeio Pedro! Como te odeio!- Gritei.Chorei.Gritei e chorei, sozinha. Ao menos era o que eu pensava.
-Odiado? Nunca me imaginei desta forma.
-O que está fazendo aqui? Como entrou?- Um turbilhão de perguntas veio em minha mente, mas só consegui dizer essas duas. Ele nada respondeu. Veio se aproximando lentamente, o olhar fixo em mim, tentei desviar-me, contudo ele não me permitiu. Eu ,de fato, também não queria.
-Sinto sua falta.- Sussurrou ele em meu ouvido, as mãos pousando sobre meus ombros.
-Não, não sente. Você sente falta de aventuras, no trabalho finge que nem me conhece. És tão prepotente... tem vergonha de mim, por eu ser uma subalterna?
Mais uma vez ele ignorou o que eu disse. Seus lábios já não estavam percorrendo meus cabelos, estavam 'frente a frente' com os meus, ansiando por um beijo.
Cedi, como sempre. Seu hálito quente e suas carinhosas mãos detinham de certo poder sobre mim. Esquecia de tudo. E ao fim da noite estava sozinha, de volta a mesma incerteza: se veria, quer dizer, teria-o de novo. O amando, o odiando!


Um simples texto... fi-lo no começo do ano... ^^

9 comentários:

  1. O amor tem dessas coisas né? Complicado. Quem ama não evita, não machuca, né? Tbm andei me decepcionando. Força guria e vai procurar alguém que sabe valorizar o seu sentimento. Beijos e espero a sua visita.

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  2. Olá,gostei muuuuito do blog!
    Parabéns por ele!
    estamos seguindo,visita o nosso tb
    Bjão ;)

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  3. Gostei bastante *-*
    Seguindo aqui ok !
    Dá uma passadinha no meu *:

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  4. Que lindo! Que lindo! E você escreve tão bem! *-*
    Lindo, curto, simples, adocicado nas medidas certas. Ou seja, saboro de ler. Adorei.

    www.teoria-do-playmobil.blogspot.com

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  5. #CheckPoint @Sidney_Vilao: Quem ama sempre sede, mesmo que a gente resista ao máximo, mas se ele(a) nós conhecer vai saber como agir no ponto.
    A verdade é que amamos e se não estamos com ele(a), o nosso amor se torna um Odio, muda de nome só, mas o sentimento é mesmo.

    Vilao do Romance

    http://vilaodeumromance.blogspot.com

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  6. Obrigada pela visita, passei para desejar um belo dia e convidar para visitar o meu blog. Beijos.

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  7. Amiga o seu blog é perfeito!
    e como sempre vc escrevi muuuuito bem!


    Bjos...

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