sábado, 17 de julho de 2010

Um até Logo



Há algumas semanas venho escrevendo essa história...vai parecer meio confusa para alguns mas vale a pena tentar entende-la.Não postarei ela toda,apenas uma por semana ;D

Um até logo - Parte 1

―Vocês são mulheres de Deus― Escutei um sábio, ou um louco, dizer certa vez. Não sei por que isso me tocou tanto. Quem era ele pra poder julgar ou classificar qualquer um?E, por mais improvável que achasse, por que me parecia ser tão correta àquela afirmação?

Coisas que até hoje não sei bem o motivo de me intrigarem tanto. Acho que o fato de ver a sinceridade em seus olhos foi decisivo pra me fazer confiar em sua analogia. Afinal, ele acreditava no que dizia, e, eu, acreditava nele.

Ora meu peito se encheu de ternura e compaixão pela aquela criatura tão amável e inocente... Meu instinto dizia pra envolvê-lo em meus braços como uma mãe e protegê-lo. Protegê-lo do mundo real, da verdade assustadora e sombria. Mas,seria esses os meus medos ou os dele?

Sempre criei um universo alternativo, ele era meu. E lá o meu mundo era mais mundo e todo mundo admitia. O problema é que não era eterno, e na medida em que eu ia “amadurecendo” ele caia no esquecimento. E isso era tudo que eu não desejava para o homem, pensei até que o invejava, mas, não. Eu apenas tentei salvá-lo e desejei que alguém o tivesse feito por mim.

Nós compartilhávamos dos mesmos anseios. Queríamos a dualidade do mundo. Queríamos todas as antíteses possíveis. E eram nossos desejos ambíguos que nos uniam. Essa é outra contrariedade: ele homem, eu mulher, ele senhor da experiência, eu amiga da infância. Porém, a jovem que assumia o papel de mãe e o adulto o papel de criança. Era o que pensava.

Nunca estive com ele de fato, acho que nem ninguém. Talvez não seja possível acompanhá-lo. Ele era em demasia evoluído, mas as pessoas não sabiam, e julgaram-no, sentenciaram-no. Concederam-lhe um último desejo, ele escolheu reparti-lo com todos. Ele disse:

― Vocês são mulheres de Deus.

Eu chorei. E ele veio até mim pousou a mão em meu rosto e pronunciou como se estivesse tentando me consolar:

―Sentirei sua falta quando acordar. ―seu corpo foi ao chão.

Só então entendi que ele na verdade se despedia. Ele não me dava um Adeus, e sim um Até logo. Esse era o consolo, o único. Jamais tive outro.

3 comentários:

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  2. É, pareceu meio confusa mesmo. AIUEH Mas você escreve bem, sabe usar de forma maravilhosa as palavras, parabéns :D

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